segunda-feira, 12 de março de 2007

Volto revolto... como o mar

Volto, revolto, como o mar revolto. Bato contra minhas pedras e espumo minha intolerância para minha inércia indecisa. Gasto o limo das rochas com minhas verdades que nunca foram absolutas por sempre aguardar o caminho e guardar de mim minhas escolhas. Silencio o resto do mundo com meus brados de intolerância com a pressa que meu eu tem de vingar ao próprio mundo minha própria vida em talento, trabalho, virtudes e honras. Apesar de não ter jamais me cansado das virtudes que busco fico enfurecido com minha gana de querer crescer tanto por tantos caminhos. Alguém malicioso e com requinte diabólico foi interpor entre a busca e o achado a tal da escolha. A raiva me espuma e me transborda não por ódio, mas por uma lânguida tristeza interior que desatina.

O desatino da tristeza reduz a euforia das contrações de ódio, raiva e incerteza em inerte calmaria. A revolta do mar se recolhe chupando a espuma e deixando o verde lodo nas pedras encharcadas como marcas do meu desatino. Maré que abaixa e reduz consigo o desassossego da alma que precisa flutuar na superfície. Incoerente como o mar, sou revolto e calmo desenhadamente em momentos únicos. Um menino brando e um velho rabugento que dividem o mesmo queijo. Incoerências de uma essência que buscam sempre o longe, almejam sempre o não vivido, desejam sempre o mais. Volto, revolto. Controverso, modificado, molhado de sol, regado a sal e queimado de vida. Mas eu volto sempre.

18, 02, 2005

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