segunda-feira, 12 de março de 2007

Loucos de pedra, loucos de rio



Surgiu nas entranhas um calafrio de demência percorrido pelas austeras avaliações severas de temperamento e conduta conduzidas por pessoas severas de atitudes austeras e temperamento ruim. Eclodiu o movimento de alucinados gritando bordões de canções roucas com vozes loucas dentro das cidades. Barbacena derramou.

Sortidos, os desvairados improvisaram sorrisos e fixaram nos rostos despojando alegria inerte, incoerente, enquanto sempre sorrida. Pulularam as ruas de saltos, as telas de quadros, as cordas de sons, as praças de coretos, os lugares de vida.

Substituíram. Tudo. Tudo. Tudo mesmo. Lâmpadas por vaga-lumes ébrios-brincantes-incandescentes. Nuvens por vapores esfumaçados, vulga neblina. Vazio inócuo por danças valsantes e ruas pisadas. Trilhos por palcos. Trânsito por loucos por arte.

Na terra das beiragens do Rio das Mortes, pescaram vida os “doidos por arte”. Loucos de pedra, esses loucos do rio. Tamanho delírio foi paulatinamente um “trem de doido”, uma “coisa louca”, uma “loucura”!

A doença licenciou a ousadia. Convidou a arte para bailar. Liberou os portões de temperamentos austeros. Conduziu a cantata das vozes severas. Beijou as entranhas com um calafrio clemente. Barbacena floresceu.

20 de abril de 2006

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