segunda-feira, 12 de março de 2007

Chuva de letras



Será que de repente eu sei o acontecimento que faz das palavras quase um rio? O meu problema no de repente é que ele basta na memória como um quase: o menos do necessário para ganhar fortitude de transcender.

De repente eu sei nadar sem correntezas, porém com forças de frases. De repente não. Curtas. Grossas. Quase óbvias. Porém tenramente necessárias. As frases são como água: dependendo de estado e recipiente são voláteis, imutáveis, porém fluidas.

As gotas das palavras não encharcaram ainda dois terços deste pote que contém os dois primeiros parágrafos. Ambos voláteis, porém imutáveis. Sendo o recipiente sequer uma folha de papel. Bastam à memória os quases como pingos de chuva: vindos de lugar invisível, indo para lugar inimaginável, porém caindo sempre.

Plim. Quatro gotas de letras que formam mal e quase um barulhinho. E o que causam é ainda maior do que o que são. Água tem disso, é igual palavra: causa sempre algo maior do que realmente parece.

Palavra é enchente de versos na enxurrada das crônicas formando lagos baldios, torrentes molhadas, chuvas de verão, tormentas. Por fim, tudo uma hora seca. Sobram palavras ao vento.

dia 02 de junho de 2006

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