segunda-feira, 12 de março de 2007

Guardanapos de papel

Bar do mundo com as cadeiras às mesas circundando vozes gordurosas e alegres entre música e algazarra com o violão e as meninas, a percussão e os olhares que enamoram pelos ares bilhetes amassados trocados com marca de batom por intermédio do garçom. É a magia da palavra encantada e enamorada rabiscada na calada esperada e desejada rasgada e despudorada querendo ser beijada. O bilhete do encontro rodou mesa e ponto dedicado com caneta em guardanapo de papel.

Beijos molhados de gotas de cerveja com telefones borrados no suor das garrafas. Magia “noir” ao entardecer com as luzes de Paris. Apenas mesas e papéis e vento. Barulho de água gotejando. O vento ventando o papel voando gira bailando cantando pro sol o segredo da lua ventando na rua e na calçada o bar que bebe cantigas de amor regado com mel na linda dança do guardanapo de papel.

É inocente mesmo em malícia, certeza pulsante, cantiga e cordel. Segue caminho liso que mesmo truncado se fecha perfeito em si mesmo assim como um anel. Celebra as bocas, brinda namoros, rabisca sonhos o guardanapo de papel.

Andarilho, 19-11-2004

Nenhum comentário: