segunda-feira, 12 de março de 2007

Música das bocas, canção do mundo

Há uma melodia que anda saindo de algumas bocas... uma canção solfechada que anda surgindo nas mentes e cabeças de alguns corpos... uma bela musiquinha embalada pelos desejos de algumas requintadas e seletas almas... São músicas que saem destas bocas que fazem canções para o meu mundo. São motivos destas melodias que bailam palavras para estes dançantes textos. Este rasurado emaranhado de emoções não parece sereno, calmo e simétrico... assim como uma valsa?

Compreendi a música como notas dispersas em um ar mundano, assim soltas, a todo léu, a toda toda, a toa a toa, sem rumo nem prumo, sem trama nem grama, sem tempo ou espaço, apenas música. Uns intervalos entre um silêncio e outro que escutam som. Uma expressão mais visível que um gesto, menos densa que um vazio definido.

Desta caixinha que embala sons para bailarina dançar eu retiro então algo entre o tudo e o quase nada que me cria e me faz criar. Uma pequena coisa que de tão tamanha se divide em parcelas literárias na coluna de um maluco que perambula por ruas e postes acesos de noites nuas.

A música, a alma, a canção, o silêncio. O tudo e o nada. O paradoxo do paradigma. A anima de qualquer alma. O azeviche de algum olho. Tudo é música. Pois músicas, como todo o resto, são tudo palavras.

Andarilho, 04, 03, 2005

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