segunda-feira, 12 de março de 2007

Descanso aos bons, trabalho aos justos

Há sempre um solavanco de vontades que impedem a inércia quando para ser inútil. Não devo parar enquanto houver trilha pela frente que leve a algum lugar desconhecido do imaginário. Essa inércia é bem vinda ao abrigo do peito e ao desconforto da alma que quer buscar mais e mais. Estas férias acumularam a cabeça com idéias. Desejos de crescimento, ampliação de horizontes, conquista de territórios.

Caminhei entre vãos do corpo e da alma, entre desesperos do cansaço mental e físico e do excesso de trabalho que o corpo exerceu com louvor para o fim merecido e bem concluído. E o que mais tempo me tomou, o que realmente justificou minha ausência nestas “férias”: caminhei entre cartas que troquei com alguns bons amigos confidentes. Redescobri que entre o diálogo por cartas muito pensamento enclausurado vem à tona para gerar reflexão e mais pensamentos. Em Barbacena há sem dúvida uma geração de pensantes. Porém enclausurados em uma solidão silenciosa, em um quarto fechado e obscuro, em uma apatia sem movimentação, em uma vida sem grandes promessas.

Criei meus encontros intelectuais através de um bocado de papel rasurado com tinta. Em alguns casos até mesmo através de alguns dados eletrônicos enviados por esta rede que me possibilita ser lido. As palavras saíram de seus pontos de partida e chegaram aos seus destinos ilesas de agressão qualquer e repletas de vontade de serem vistas e quem sabe até gritadas!

Descobri que além do sentido escrito quero descobrir cada vez mais a emoção camuflada por trás de cada frase que for escrita por alguém. Quero conhecer muitos “alguéns” que queiram gritar com suas palavras pensamentos comigo. É uma grande idéia que me aparece forte no pensamento: quem sabe você, leitor ou leitora, não tem palavras e quer comigo compartilhá-las? Um bom assunto para um próximo texto...

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