segunda-feira, 12 de março de 2007

Papel marché

Papel marché bordado com flores vermelhas lembrando orquídeas com perfume doce que leva a imaginação para uma fazenda com cercas brancas e cavalos dóceis num mundo pacífico sem teoria do caos e sem adversidades do tamanho de um trem ou sem paradoxos bíblicos. Cores aglutinadas para reunir as belezas cromáticas componentes do arco que forma um lindo olho e divino que nos contempla enquanto é contemplado como acidente natural de beleza do mundo molhado espelhado por sol! Divisa da minha fantástica realidade com a minha serena fantasia.

Meu arco-íris ocular de deus fica observando enquanto é observado na sua efêmera estadia multi-cromática em consistência incorpórea e abstrata que abstrai os olhares e imaginação de amantes, sonhadores e poetas. Divide tudo que é meu mundo pela régua filosófica, relação insensível e sensibilíssima de pensamentos com atitudes, de tocar com sentir. Dá ares de cinema às minhas tardes cinzentas com riscos dourados cortando a penumbra.

Viver é uma realidade com auspícios fantásticos quando despenca um arco-íris feito de papel marché bordado bem no alto do morro. Quando criança, nunca pensei nisso, talvez porque não houvesse dúvida na brincadeira. Criança olha o que acredita e finge que o resto inventaram. Um tanto de baboseira que apelidaram de realidade. Bah! Já tem realidade demais na televisão. Prefiro continuar vivendo meus sonhos.

03-12-2004

Nenhum comentário: